JAKARTA (Reuters) - Com o objetivo de impedir a implementação de um apelo parlamentar europeu, para reduzir a importação de óleo de palma, a Indonésia e a Malásia devem enviar uma missão conjunta para dialogar com autoridades do bloco no próximo mês. A afirmação foi feita por autoridades dos dois países nesta terça-feira (11).
Uma resolução aprovada pelos eurodeputados na semana passada pede que a UE elimine, até 2020, o uso de óleos vegetais, usados para biodiesel, produzidos de forma insustentável e que ajudem a provocar o desmatamento. A resolução inclui óleo de palma, uma importante commoditie para a Indonésia e Malásia.
"Faremos tudo o que pudermos para convencer o Parlamento Europeu e os países europeus a não implementar tal resolução.Não queremos pensar no meio termo ainda, por isso vamos negociar com toda a força", ressaltou Darmin Nasution, Ministro da Indonésia.
A moção do Parlamento Europeu apela para que um único esquema de certificação, o Certified Sustainable Palm Oil (CSPO), seja implementado para garantir que as exportações do óleo vegetal com destino a Europa sejam processadas de forma ambientalmente sustentável.
"A missão conjunta visa transmitir a perspectiva dos produtores de óleo de palma, especialmente para o Parlamento Europeu, que o que se tem dito sobre o óleo de palma produzido nos países não é verdade", disse Nasution, enfatizando que tal resolução tem cunho discriminatório.
O Ministro das Indústrias e Plantação da Malásia, Mah Siew Keong, que se reuniu com Nasution em Jacarta, disse que a resolução européia é injusta e pode prejudicar o sustento de muitos pequenos agricultores na Malásia.
A Indonésia tem sido criticada por grupos ambientalistas por sua política florestal e por não conseguir parar a poluição, que envolve grande parte da região a cada ano, devido à queima de florestas para "limpar" a terra para a produção do óleo de palma.
Nasution argumenta que o óleo de palma é uma cultura altamente produtiva que usa menos terra do que os óleos vegetais rivais, como o óleo de soja, por exemplo.
A Indonésia e a Malásia são os principais produtores mundiais de óleo de palma, representando cerca de 85 por cento da produção global. Já a UE é o segundo maior importador depois da Índia.
Ano passado, de acordo com dados da Associação Indonésia de Óleo de Palma (Gapki), a Indonésia exportou 4,37 milhões de toneladas do insumo para países do bloco. No mesmo período, a Malásia exportou cerca de 2,06 milhões de toneladas.
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Fonte: Reuters - Reportagem de Fransiska Nangoy, Reportagem adicional de Emily Chow em KUALA LUMPUR, Edição de Richard Pullin.
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