O Google planeja comprar energia renovável suficiente no próximo ano para atender todas as operações de seus data centers e escritórios em todo o mundo.
O compromisso, de acordo com o
Financial Times, é o maior já assumido por uma empresa privada para combater as mudanças climáticas.
A promessa do Google é também a mais significativa vinda de uma empresa de tecnologia, no momento em que a indústria busca formas de mitigar o impacto de seus centros de dados.
O uso de energia na própria empresa tem crescido nos últimos anos. O Google afirma que hoje tem 2.600 megawatts de capacidade de geração de energia renovável sob contrato, 10 vezes a quantidade de energia que precisava em 2010 para alimentar seus data centers, seu maior consumidor de eletricidade.
Em 2015, a empresa usou 5.6 terawatt horas de energia - o suficiente, de acordo com a companhia, para alimentar toda a cidade de São Francisco por um ano.
O Google começou a comprar energia renovável a partir de contratos de fornecimento de longo prazo firmados em 2010. Até 2015, a empresa contava com acordos suficientes para compensar 44% de sua demanda de energia.
O salto para 100% no próximo ano precede uma percepção da empresa de que a queda dos preços e maior disponibilidade mostrou que o avanço está ao alcance.
Apesar do compromisso de compra, muitos dos próprios escritórios e data centers do Google ainda dependerão da energia tradicional para funcionar, pelo menos por enquanto.
Instalações que estão ligadas a redes elétricas administradas por empresas de serviços de monopólio são limitadas a energia que flui sobre essas redes. Assim, o FT relata que o Google precisou recorrer a uma série de diferentes acordos para comprar energia renovável.
Em algumas regiões, como a Escandinávia, a empresa consegue contratar diretamente de parques eólicos que alimentam redes a que suas instalações estão conectadas. Em outras áreas, a empresa compra energia renovável e, em seguida, revende aos operadores da rede.
A Agência Internacional da Energia (AIE) prevê um crescimento alto das energias renováveis e do gás natural até 2040, mas considera que as empresas precisam se esforçar mais para poder cumprir as metas do Acordo de Paris contra a mudança climática.
De acordo com o relatório 'Perspectivas para a energia mundial', divulgado neste mês, a organização antecipa que o combustível e as tecnologias de baixo carbono, principalmente renováveis, representarão 80% do crescimento da oferta no setor energético nos próximos 25 anos.
Embora os combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão devam crescer relativamente menos, eles continuarão sendo fundamentais para fazer frente a um aumento previsto de 30% da demanda.
Para o
Mashable, as empresas de tecnologia,estão comprando mais energia renovável por duas razões-chave.
Em primeiro lugar, a ação beneficia as finanças a longo prazo. O preço da energia solar nos EUA despencou 80% desde 2012, enquanto o preço da energia eólica caiu 60%, graças à melhoria da tecnologia, menores custos de financiamento e menos burocracia regulatória.
Sendo assim, as energias solar e eólica estão cada vez mais competitivas em relação a fontes convencionais como o gás natural ou o carvão.
Além disso, quando as empresas compram energia de um projeto eólico ou solar, costumam assinar acordos de longo prazo que estabelecem um preço fixo para a eletricidade por 10 ou 20 anos, o que permite às empresas gerenciar suas despesas futuras com mais facilidade.
O segundo motivo é o cumprimento de objetivos de sustentabilidade corporativa, que colabora com o meio-ambiente e a imagem da empresa.
Atualmente, as empresas de tecnologia representam cerca de dois terços de todas as transações de energia renovável assinadas desde 2010, ou cerca de 4.700 de 7.000 megawatts contratados, de acordo com um relatório da entidade ambiental Rocky Mountain Institute.
Fonte: Baguete