Nesta segunda-feira (18) acontecerá reunião do Conselho de Ministros da Energia da União Europeia.
A Associação Ambiental Zero considera que as propostas que estarão na segunda-feira (18) em discussão no Conselho de Ministros da Energia da União Europeia (UE) apresentam um enfoque "desatualizado", com "falta de ambição" ao nível das metas para energias renováveis.
Em comunicado, a Associação Sistema Terrestre Sustentável (Zero) revela reservas em relação à reunião e classifica de "fracas" as regras para ajudar os países a fazer a transição energética. "Acresce ainda que se admite um enorme subsidiamento do carvão no mercado da energia na UE e uma promoção na utilização insustentável de biocombustíveis a partir de culturas alimentares", lê-se no comunicado.
Para a Zero, os governos da UE têm ignorado "o inevitável: que é preciso acelerar a transição energética e aumentar a sua meta de energia renovável em linha com o Acordo de Paris".
"Os ministros estão perante uma escolha: manter as atuais propostas que permitem que a era do carvão, petróleo e gás poluam indiscriminadamente a nossa atmosfera durante mais uma década ou avançarem para uma economia mais limpa e segura", prosseguem os ambientalistas.
Sobre a energia renovável, a Zero considera que "a atual meta de 27% de energia renovável na proposta dos governos da UE coloca um travão na transição energética da Europa".
"A meta deveria aumentar para pelo menos 45%, para ser consistente com o Acordo de Paris", defende.
Em relação à governança, os ambientalistas recordam que a proposta "não permite impulsionar os investimentos em energias renováveis e eficiência energética, colocando em risco as metas da Europa para 2030 para esses setores".
No mercado interno da energia, a Zero acredita que "a proposta sobre o desenho do mercado abre a porta à subsidiação do carvão com as novas regras do mercado da energia na Europa".
"No que se refere aos biocombustíveis, num cenário em que se prevê uma meta para o setor dos transportes de 14%, a proposta prevê manter a meta de contribuição dos biocombustíveis produzidos a partir de culturas nos 7%, excluindo da lista culturas com baixo impacto na mudança indireta do uso do solo."
São disso exemplo "as culturas de rotação como a colza, contrariando a proposta inicial da Comissão que visava uma redução gradual para 3,8% até 2030, assim como a votação favorável do Comité de Ambiente da Comissão, relativa ao fim da utilização de culturas alimentares para produção de biodiesel em 2030, e de óleo de palma em 2021".
Para a Zero, "Portugal tem tido neste capítulo uma posição muito negativa, ao defender o uso de biocombustíveis a partir de culturas alimentares, para defender a indústria portuguesa cuja capacidade de produção está claramente acima das necessidades do país", diz.
Fonte: Público