Cerca de 25% das emissões tem a ver com atividade agropecuária
Pela primeira vez os pesquisadores do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) , órgão da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), junto com pesquisadores da Universidade KHT Royal Institute of Technology, conseguiram identificar onde estão as maiores concentrações de carbono no Brasil e também a quem pertencem. O estudo foi chamado de 'Who owns the Brazilian Carbon?'.
A pesquisa usou dados da malha fundiária do Brasil, além de quantificar e checar onde estão localizados os estoques de carbonos em todas as terras do país, sendo públicas ou privadas, em todos os biomas.
Para Vinícius Guidotti, pesquisador do Imaflora, o estudo também mostrou os riscos e possíveis ameaças aos estoques. A intenção seria contribuir para a construção de políticas públicas e privadas para mitigar o aquecimento global.
Ele cita que 50% dessas emissões tem a ver com a mudança do uso da terra ou desmatamento da vegetação nativa, especialmente na Amazônia e Cerrado e outros 25% seriam ligados à produção agropecuária, podendo ser de carne, commodities ou outras culturas agrícolas.
'A ausência de titulação de terras ou de uma destinação legal clara para 80 milhões de hectares de vegetação, que representam 25% do estoque de carbono do Brasil, estão sujeitos ao desmatamento ilegal, o que levaria a um aumento das emissões brasileiras de gases de efeito estufa', afirmou Guidotti ao Portal da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura).