O diretor do Operador Nacional de Sistema lembrou que até 2008/9 todo o suprimento energético do Nordeste decorria de fontes hidroelétricas fornecidas pelas usinas da Bacia do São Francisco
A estiagem que há mais de seis anos atinge a Região Nordeste do Brasil, com forte impacto nas usinas da Bacia do São Francisco afetando assim a geração de energia hidroelétrica, levou a fonte eólica a responder por mais de 50% da energia fornecida à região. A afirmação foi feita na última quarta-feira (30/8) pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Eduardo Barata, ao participar da conferência e exposição Brazil Windpower 2017, que discute até amanhã, no Rio de Janeiro, os rumos e avanços da energia eólica. Energia eólica é a transformação da energia do vento em energia útil.
O diretor lembrou que até 2008/9 todo o suprimento energético do Nordeste decorria de fontes hidroelétricas fornecidas pelas usinas da Bacia do São Francisco. 'Com a redução das chuvas e das afluências, tivemos que buscar nova fonte e foi aí a que apareceu a fonte eólica. O resultado tem sido excepcional, até porque a região é acometida por ventos excepcionais e razoavelmente constantes, o que proporciona uma capacidade de geração que se situa entre as melhores do mundo', explicou.
Para Luiz Eduardo, é exatamente em decorrência da forte estiagem na Bacia do São Francisco que hoje a energia eólica tem 'importância capital para a Região Nordeste, situação que deverá continuar por muito tempo, uma vez que não vislumbramos, a curto prazo, uma mudança das característica atuais'.
Ele disse, ainda, que é possível imaginar que, no futuro, com a chegada de outras fontes de energia, como a térmica, por exemplo, o sistema poderá oferecer alternativas e responder mais rapidamente ao principal problema decorrente da forte dependência da geração eólica que, por depender dos ventos, e, portanto, ser intermitente, precisa de outras fontes que compensem as variações dos ventos. 'A geração termoelétrica de rápida resposta é uma fonte boa, assim como a hidroelétrica, só que a estiagem está travando a fonte hídrica em razão da falta de chuva na região. Com a recuperação da cascata do São Francisco, que só será possível no médio e no longo prazos, poderemos usá-la como mitigador da intermitência da fonte eólica', afirmou.
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