O conselho de administração da Petrobras aprovou na tarde desta sexta-feira a nomeação de Ivan Monteiro como novo presidente da estatal. Monteiro vai substituir Pedro Parente, que pediu demissão do cargo na manhã desta sexta. A reunião do conselho terminou no fim da tarde, após o fechamento do mercado. Em fato relevante divulgado no início da noite, a Petrobras confirmou a decisão, informando que ele ocupará o cargo interinamente até a escolha de presidente definitivo.
"A Petrobras informa que o Conselho de Administração realizou, hoje, uma reunião extraordinária, na qual o Presidente do Conselho, com base em previsão estatutária, indicou e nomeou o engenheiro Ivan de Souza Monteiro para o cargo de Presidente interino da companhia até a eleição do novo Presidente definitivo. O Presidente Ivan Monteiro acumulará a função de Diretor Executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores."
O nome de Monteiro, que ocupava até então o cargo de diretor financeiro, é visto como um sinal de continuidade e que a política de preços seria mantida. Além de Monteiro, o nome de Solange da Silva Guedes, diretora-executiva de Exploração e Produção, também estava sendo cotado para o lugar de Parente.
- No início ele não estava aceitando, mas o presidente teria dado garantia de que ele pode administrar a empresa sem interferências políticas - contou uma alta fonte do governo sob condição de anonimato.
Monteiro é o braço direito de Pedro Parente. No entanto, chegou antes do chefe à empresa. Foi levado pelo ex-presidente da companhia, Aldemir Bendine, em 2015. Os dois trabalharam juntos no Banco do Brasil. Entraram com a saída de Graça Foster. Bendine acabaria preso, condenado a 11 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro em março, acusado de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht.
A missão de Ivan Monteiro era consertar os erros da gestão anterior. Começou a desenhar um plano para reerguer a empresa assim que assumiu. Segundo pessoas próximas, ele ficou surpreso com a bagunça na contabilidade da empresa e começou a corrigir coisas como a falta de provisionamento para possíveis dívidas.
Após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o comando da Petrobras foi alterado. Saiu Bendine e assumiu Parente. Ele manteve Ivan Monteiro no cargo que tocou a recuperação da empresa sem necessidade de o governo injetar dinheiro público.
- O Ivan é uma quadro forte. Se for nomeado, é um sinal de que a política de preços não será alterada - falou uma fonte da empresa.
Segundo fonte ligada ao conselho de administração da Petrobras, a sucessão pode permitir à companhia manter sua política de preços em paridade com o mercado internacional.
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Fonte: Extra