Com uma ociosidade de cerca de 50% na produção de biodiesel no país, a saída da Petrobras do mercado não deverá gerar problemas de abastecimento, apontam empresas e entidades do setor.
O volume comercializado pelos leilões bimestrais da ANP (agência reguladora) diminuiu 4,6% no acumulado de janeiro a agosto deste ano, em comparação com igual período de 2015.
A participação da Petrobras Biocombustível foi de 7,3% em 2016 -fatia que deverá cair até dezembro, com a saída de uma das três unidades da estatal dos próximos certames.
"Hoje, a capacidade instalada das companhias tem condição de suprir o mercado, mesmo com o aumento da demanda previsto por lei", afirma Erasmo Battistella, presidente da Aprobio (Associação de Produtores de Biodiesel do Brasil) e da BSBIOS.
Em março deste ano, foi sancionada a norma que prevê altas paulatinas da porcentagem de biodiesel no combustível: em 2017, será de 8%; em 2018, de 9%. A taxa poderá chegar a 15% em 2020.
Com o mercado em potencial, a provável venda dos ativos da empresa gera expectativa no setor.
"É uma oportunidade para interessados [nas plantas]. Há empresas grandes no país e gente de fora que está de olho nesse nicho", diz o superintendente da Ubrabio (união do setor), Donizete Tokarski.
As companhias aguardam um posicionamento da estatal, afirma Battistella. "Ainda não se definiu como e quando a empresa irá se desligar do setor."
Fonte: Coluna Mercado Aberto - Folha de S.Paulo