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16 nov 2018 - 09:46
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[CBBR 2018] O biodiesel num novo governo

'O Lula foi o pai do biodiesel. A Dilma, que todos esperávamos seria a mãe, acabou sendo a madrasta. O Temer se tornou um padrinho. Agora, nos resta descobrir como o Bolsonaro vai se encaixar na árvore genealógica do biodiesel', ponderou o diretor executivo de BiodieselBR.com, Miguel Angelo Vedana, na fala de abertura da Conferência BiodieselBR 2018. Embora o setor já tenha passado por mudanças de governo antes, nenhuma delas foi tão abrupta quanto que está para acontecer agora na virada de 2018 para 2019.

Tentar situar o setor dentro desse novo momento do país foi a missão do primeiro painel do evento. A primeira coisa a destacar é que, com o B15 confirmado e o RenovaBio já bastante consolidado, o setor sai do governo Temer na melhor posição possível para atravessar os próximos quatro anos sem maiores sustos.

'Esse é um momento para celebrarmos', ressaltou o deputado federal e atual presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, Evandro Gussi. 'Até 2015, o setor viveu espasmos [de crescimento] e agora temos um cenário de previsibilidade que vai permitir a alocação de capital e com previsão de retorno dos investimentos', completou.

Segundo o parlamentar, nos últimos anos o setor viveu ao som de um 'samba de uma nota só' com seus representantes perambulando por Brasília para tentar convencer o governo sobre a necessidade de novos aumentos da mistura obrigatória. Com a recente decisão do CNPE de garantir um cronograma que levará a mistura dos atuais 10% até 15% ao longo dos próximos cinco anos.

'O papel de um empreendedor não é ficar indo até Brasília, mas identificar oportunidades. O programa de biodiesel precisava de marcos institucionais inequívocos que liberassem aos empresários do setor para fazerem o que sabem de melhor', arrematou.

Esse foi um ponto que também foi destacado na fala do presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Carlos Battistella. 'Nos próximos quatro anos não vamos precisar ir ao MME para pedir aumento da mistura. Vamos poder nos concentrar em aumentar eficiência em nossas empresas', comemorou.

Desafio do esmagamento

Com o caminho do crescimento devidamente pavimentado, o setor está ganhando tempo para enfrentar outros desafios igualmente fundamentais para garantir o futuro do setor. O maior deles, no momento, diz respeito encontrar meios para que uma parcela maior soja brasileira permaneça no país e seja processada pela indústria nacional garantindo a oferta de óleo necessária para sustentar o crescimento da produção de biodiesel.

Nos últimos meses, a guerra comercial entre China e Estados Unidos vem pressionando a oferta de soja em grão no mercado brasileiro e criando dificuldades para a indústria nacional de esmagamento.

'A soja é uma das maiores riquezas do país. Não apenas pela quantidade que produzimos, mas, também, pelo potencial de agregação de valor. Precisamos de ações urgentes do novo governo (...) temos que defender os interesses nacionais de forma imediata', pontuou o presidente do conselho da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, para quem essa seria uma medida efetiva para reverter a crescente desindustrialização da economia brasileira.

Juan Diego não acha que os desafios atuais estejam além da capacidade do país. 'Temos capacidade de resolver todas as dificuldades. Desde que continuemos agindo com obstinação como temos feito até o momento', pondera dizendo até que essa 'crise imediata pode se tornar uma grande oportunidade' para a economia brasileira.

Parte da solução para esse imbróglio estava sendo negociada do outro lado do mundo naquele exato momento como explicou em vídeo gravado o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Andre Nassar. A abertura do mercado chinês para exportações de farelo de soja produzido no Brasil era, justamente, um dos objetivos de uma missão comercial à China organizada pelo Ministério da Agricultura. 'Abrir o mercado chinês é da maior importância para aumentar o nosso esmagamento', resume garantindo que o gigante asiático vem se mostrando mais receptivo em diversificar suas importações.

A solução não virá imediatamente. Nassar reconhece que o ano que vem será 'desafiador'. 'As projeções indicam que teremos a mesma oferta de soja em grão e o nível de processamento [que tivemos em 2018], ao mesmo tempo em que a chegada do B11 aumentará a demanda por óleo de soja', resume cobrando também mudanças na estrutura tributária que, hoje, desincentiva o esmagamento. 'A estrutura atual faz a indústria acumular créditos tributários que não temos como usar. Seria muito importante que pudéssemos usar os créditos de forma automática', protesta.

'Precisamos melhorar o perfil das exportações agregando mais valor e diversificando os destinos de nossos produtos', ressalta o representando da Ubrabio opinando que pode ser um erro depender demais do mercado chinês. 'Temos que construir uma trajetória para servir a sociedade brasileira', garante.

O alerta é repetido por Erasmo Battistella, da Aprobio. 'Por mais respeito que eu tenha pela China, temos que buscar também outros mercados'.

Bom para o país

Para o presidente da Aprobio, Erasmo Battistella, o biodiesel ocupa numa posição particularmente estratégica para movimentar a economia nacional ao conectar duas de suas maiores engrenagens: o complexo soja e a produção e distribuição de combustíveis.

'Somos o elo entre essas duas cadeias gigantes o que mostra bem a responsabilidade que temos', afirma lembrando que há menos de 15 anos o setor simplesmente não existia e, agora, conta com 51 usinas habilitadas e capacidade instalada total para 8,45 bilhões de litros ao ano. 'Não somos um elo fraco', assegura.

O crescimento prometido para o setor deverá render bons resultado para o país. 'Em cidades onde foram instaladas usinas de biodiesel, o PIB teve um descolamento [positivo] em relação a cidades similares que não tem produção. Isso mostra a importância do setor na geração de riqueza no interior do país', garante. Estimativas recentes feitas pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) sobre os efeitos gerados pelas usinas da BSBios nas economias das cidades de Marialva (PR) e Passo Fundo (RS) apontam que - entre 2016 e 2018 - a produção de biodiesel agregou cerca de R$ 90 bilhões ao PIB brasileiro e sustentou mais de 200 mil empregos diretos e indiretos. 'É uma riqueza gerada de forma pulverizada entre 50 cidades', constata.

Sustentabilidade

Evandro Gussi também afastou a ideia de que o futuro presidente Jair Bolsonaro venha a decidir por uma retirada do Brasil do Acordo de Paris e que isso represente o fim do RenovaBio. 'Não vejo [a saída do Acordo de Paris] como um horizonte para o governo Bolsonaro. Já ouvi do presidente eleito que o RenovaBio será mantido porque se trata de um grande instrumento', acalmou o parlamentar

A afirmação reflete a opinião de Erasmo para quem o RenovaBio e o biodiesel não são mais 'programas de governo'. 'São riquezas que temos. O Brasil acertou ao fazer o biodiesel e vamos continuar fazendo bem para o país', garante.

Para ele a nova política de biocombustíveis abre novas oportunidades para o país. 'O Brasil precisa mostrar ao mundo o potencial dos biocombustíveis de reduzir as emissões sem deixar uma pegada de carbono enorme como acontece com o carro elétrico. O RenovaBio é uma plataforma que desenvolvemos para mostrar ao uma solução para um desafino com o qual estamos todos envolvidos', arremata.

Fonte: BiodieselBR.com
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