O prefeito Jonas Donizette (PSB) encaminhará à Câmara até o final do mês projeto para implantar a política municipal de enfrentamento das mudanças climáticas, com as ações a serem adotadas para a redução das emissões dos gases de efeito estufa em 4% até 2020, em 7,9% até 2030, em 15,9% em 2040 e 31,8% em 2060. A política municipal incluirá ainda, como meta, a redução em 30,3% dos poluentes atmosféricos até 2060, a partir de um conjunto de ações especialmente nos setores de transporte, indústria e energia, os maiores emissores.
As metas foram estabelecidas a partir do Inventário dos Gases do Efeito Estufa da Região Metropolitana de Campinas, coordenado pela Prefeitura. A pesquisa fez o levantamento nas 20 cidades e o plano de ação teve a adesão de toda a região. Os prefeitos enviarão às respectivas Câmaras projetos criando a política municipal de enfrentamento das mudanças climáticas em cada cidade.
Segundo o secretário do Verde, Rogério Menezes, as metas são ousadas, mas possíveis de serem alcançadas. Para que sejam cumpridas, os municípios assumirão o compromisso, em legislação municipal.
O inventário detectou que a maior parte (42%) das 11,25 milhões de toneladas de gases do efeito estufa (GEE) emitidas na RMC vem do transporte. São 4,67 milhões de toneladas desses gases, responsáveis pelo aquecimento global, liberadas pelo setor, a maioria por carros, caminhões, ônibus, motos. Outras 850 mil toneladas são emitidas por aviões: 89% pelas aeronaves que pousam e decolam do Aeroporto Internacional de Viracopos, outros 10% vem de Paulínia, especialmente helicópteros, enquanto o movimento aéreo de Americana, Monte Mor e Vinhedo correspondem a 1%.
Metas
As metas incluem que toda a frota municipal seja movida a biodiesel, estímulo à circulação de veículos elétricos, ampliação dos corredores de ônibus e faixas exclusivas, requalificação da malha ferroviária para adequação ao transporte de passageiros, criação de um centro de abastecimento de cargas para o aeroporto Viracopos.
Para reduzir as emissões geradas por resíduos, o plano sugere ampliação da coleta seletiva, aterros sanitários apenas para rejeitos, aproveitamento energético do metano em aterros sanitários, uso de novas tecnologias, entre outras medidas.
No setor de energia, propõe a ampliação dos sistemas de energia fotovoltaica, e uso energias renováveis, campanhas de conscientização, reduzindo o consumo de energia e o desperdício energético em edifícios residenciais, comerciais e de serviços públicos, adoção de medidas para melhorias na eficiência e na resiliência do parque de iluminação pública com a substituição por luminárias mais eficientes.
Emissões
Além de medidas de redução dos gases, o plano traz propostas para mitigar as emissões, como, por exemplo, o incentivo ao estabelecimento de diretrizes metropolitanas para plantio arbóreo e manutenção dos fragmentos vegetais em meio urbano; a criação de novas áreas verdes, como praças e parques, bem como manter e qualificar as áreas já existentes; conter a expansão das manchas urbanas municipais; e urbanizar as áreas com ocupações informais, prevendo a oferta de moradia de interesse social e estimulando a criação de zonas de interesse social em meio ao tecido urbano provido de boas condições de infraestrutura, entre outras.