O Brasil não é o único país da América do Sul preparando um salto na mistura de biodiesel. Na última semana a Câmara dos Deputados do Paraguai aprovou o texto de um projeto de lei que autoriza o aumento da mistura obrigatória para até 12%. Atualmente, nossos vizinhos adicionam somente 2% de biodiesel ao combustível fóssil.
O texto aprovado na câmara baixa paraguaia determina que a mistura obrigatória evolua para B5 um ano depois da lei ter entrado em vigor e para algo entre 10% e 12% dois anos depois. A proporção exata seria fixada pelo Ministério de Indústria e Comércio que também teria autoridade de reduzir a mistura 'em caso falta do produto devidamente comprovada'.
A lei exige que a mistura seja mantida por um prazo de pelo menos 20 anos. Segundo seus autores, a medida evitaria o gasto de US$ 200 milhões anuais com a importação de combustíveis.
11 anos em 2
Caso venha a ser adotada na forma como está, Paraguai completaria em apenas 24 meses uma trajetória que, aqui no Brasil, precisou de 11 anos - desde o lançamento do B2 em 2008 até a chegada do B10 no ano passado.
E poderia até ter sido mais. Na versão original apresentada em novembro do ano passado por um grupo de quatro parlamentares, a meta pretendida era de 15% igualando um nível de mistura o Brasil só deverá passar a adotar a partir de 2023.
Ainda assim, a escala do programa de biodiesel paraguaio é muito menor. Em 2017 - último com dados oficiais publicados -, o consumo de diesel de nossos vizinhos foi de 1,7 bilhão de litros. Caso o B12 estivesse já valendo, a demanda paraguaia teria sido um pouco maios de 205,5 milhões de litros.
Nesse mesmo período, o Brasil demandou cerca de 54,8 bilhões de litros de diesel e fabricou quase 4,3 bilhões de litros de biodiesel puro.
O projeto seguirá agora para o Senado do Paraguai onde também será apreciado.
Fonte:
BiodieselBR