Além do ritmo de perda dos glaciares, foi possível determinar os parâmetros meteorológicos
As
geleiras são sensores naturais das
mudanças climáticas. Frente ao aquecimento global, monitorá-las torna-se imprescindível para que nos preparemos para o futuro. Essa foi a missão abraçada pelo gaúcho Guilherme Tomaschewski Netto, de 47 anos. Formado em ciência da computação, doutorando em oceanografia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sob a orientação do professor Jorge Arigony Neto, Guillherme desenvolveu uma rede de sensores de baixo custo e código aberto, altamente precisa para acompanhar a atividade das geleiras, em especial o derretimento de sua superfície. As estações estão instaladas no extremo sul da Patagônia, em território chileno. Desde o início dos trabalhos, em 2016, os sensores já forneceram informações importantes. Além do ritmo de perda dos glaciares (dez metros, em média, ao ano), foi possível determinar os parâmetros meteorológicos que mais influenciam o degelo - a temperatura do ar e a radiação solar. Uma exatidão impossível de ser obtida com os métodos convencionais de medição. O projeto de Guilherme recebeu nos últimos três anos o Latin America Research Awards (LARA), iniciativa do Google que oferece bolsas a estudantes e seus orientadores de mestrado e doutorado da América Latina.
Fonte:
Época Negócios