BUENOS AIRES, 28 de setembro (Reuters) - O governo argentino está negociando um preço mínimo para as exportações de biodiesel para os Estados Unidos, na expectativa de substituir as tarifas punitivas implementadas no mês passado, disse um funcionário do Ministério das Relações Exteriores à Reuters.
Horacio Reyser, secretário de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, informou que foi apresentado um acordo ao Departamento de Comércio dos EUA que visa estabelecer um piso para o valor do biodiesel argentino. Em agosto, Washington decidiu implantar tarifas de quase 65 por cento sobre as importações de biodiesel da Argentina, mediante o argumento de dumping. Reyser ressalta que um eventual acordo precisaria da aprovação dos produtores do US National Biodiesel Board.
"Eu acho que não deve haver problema (ao chegar a um acordo), mas isso dependerá da aceitação do setor privado", disse Reyser, acrescentando que, se as negociações não tiverem sucesso, a Argentina se reserva ao direito de contestar as tarifas dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os produtores argentinos afirmaram que a medida imposta pelos EUA resultou na paralisação imediata das exportações de biodiesel ao país, destino de quase 90% do biodiesel produzido pela Argentina em 2016.
O Departamento de Comércio dos EUA não respondeu imediatamente ao pedido de comentários. A Embaixada dos EUA na Argentina também não quis comentar a proposta. Já a Câmara Argentina de Biocombustíveis, Carbio, ressaltou que apoia as negociações por um preço mínimo.
Os Estados Unidos argumentam que o preço do produto argentino é distorcido devido aos altos impostos que o país aplica às suas exportações de soja e óleo de soja, o que permite que os produtores argentinos tenham acesso às matérias-primas utilizadas para a produção de biodiesel a um preço mais baixo.
A Argentina contestou com sucesso as tarifas impostas ao seu biodiesel pela União Européia na OMC. Neste mês, o bloco finalmente reduziu as tarifas impostas desde 2013 ao país.
Fonte: Reuters, publicada na Nasdaq